Põe-se a questão: que fazer com esse resultado?
Investir. Mas em quê?
Por experiência própria indico alguns conselhos a ter em conta na hora de investir:
- Não investir em produtos que não conhecemos ou não dominamos (bolsa, mercado cambial, etc.), É preferível investir em terrenos que conhecemos.
- Ter particular atenção à maturidade e, especialmente, à mobilidade do produtos. Podemos ter necessidade de utilizar o dinheiro e este ainda não ter rendido o fruto desejado ou, pior, não estar disponível para mobilizar.
- Ler com bastante atenção todos os aspectos do contrato. Se necessário reler. E perguntar cada aspecto que não esteja suficientemente claro na nossa compreensão: não vale a pena fazermos de conta que percebemos tudo, quando o que está em causa o nosso dinheiro. Se não perceber, não fazer.
- Não agir sobre pressão. A pressão leva a falta de atenção que pode ser desastrosa.
- Ter em conta e solicitar informação sobre todos os custos implícitos decorrentes da operação (nomeadamente comissões de transacção, manutenção) que levam um produto apetecível a um produto banal ou, mesmo, não rentável.
Em meados de 2008, no meio da crise financeira, os bancos estavam a suportar taxas de financiamento incrivelmente elevadas. A Euribor teve máximos históricos. Uma estratégia de financiamento passou por captar a longo prazo investimento particular.
Fui contactado por um banco (do qual sou cliente) que me solicitou que me dirigisse à agência uma vez que tinha um bom produto e o período de subscrição estava a acabar (na própria semana).
Fui e foi-me apresentado (verbalmente e à pressa) um produto (obrigações) que rendia entre 5,5% e 7% ao ano (taxas crescente), por uma maturidade de 5 anos com uma opção de mais 5 (opção do cliente ao que foi dito), sem custos inerentes e que poderia ao final de 2 anos ser transaccionado na bolsa, num mercado obrigacionista. Solicitei a ficha do produto e o próprio gerente do balcão recusou fornecer-me tal informação. Sob alguma pressão lá subscrevi o produto para uma poupança futura.
Resultado: a taxa de juro tem um switch (ou seja, o banco ou paga a taxa anunciada ou uma taxa variável mais baixa - a que mais lhe interessar), a opção de mais 5 anos não é do cliente, como me foi dito, mas do banco, não há possibilidade de transaccionar o produto e a guarda das obrigações tem um custo. Isto foi o resultado de agir pressionado e de não ter feito valer os meus direitos, nomeadamente, o direito a informação escrita. Portanto, serve de lição própria e espero que alguém que leia este post possa aprender com esta partilha de forma a não se sentir enganado e ludibriado.
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